sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Devo começar o treino pelo cardio ou pelos pesos?


Muitas pessoas seguem o princípio que nos diz que devemos sempre começar pela parte mais difícil, que num cenário de treino, deveríamos despachar logo a parte da passadeira, elíptica ou bicicleta, a parte cardio. "Esta é a mais chata". No início ainda a conseguimos tolerar, porque temos mais energia, o corpo ainda não fez grande esforço e a disposição para estar 30 ou 40 minutos a "puxar" pelo coração é outra. Dizem.

Mas será que isso está certo? Deve ser mesmo assim? - A resposta não é assim tão linear, porque varia consoante o objetivo do praticante.


Posto isto, vamos então saber o que é que deve fazer primeiro em três situações: para perder massa gorda, para aumentar massa muscular e para treinar a performance de cardio, que pressupõe a preparação para uma prova, por exemplo.

Antes de ler, é importante reter que o aquecimento não conta como treino cardiovascular e deve ser realizado no início de qualquer treino, independentemente do objetivo.

Para perder massa gorda.
Quando o objetivo é emagrecer, temos de saber como é que o organismo funciona: o sangue é a primeira reserva que o corpo utiliza para conseguir obter energia, porque é lá que está a glicose, que é a forma como o açúcar é decomposto no organismo. Só depois de esgotarmos esta fonte é que começamos a ir buscar a energia às reservas de gordura. Ou seja, só depois deste tempo — que dura entre 20 a 40 minutos — é que se começam a gastar as tais gorduras que tanto queremos que desapareçam.
Por isso, faz mais sentido fazer o treino cardiovascular no final para o corpo gastar esta reserva enquanto se esforça na parte dos pesos. Se assim for, na altura em que chegarmos à passadeira, já vamos estar a queimar a gordura do corpo.
Quando o objetivo é a perda de massa gorda, está provado que o treino cardiovascular realizado após o treino de resistências promove uma maior perda de gordura, devido à baixa de reservas de glicogénio durante o treino de resistências, levando ao recurso às gorduras no treino cardiovascular subsequente.
Conclusão: faça o treino cardiovascular no final do treino.

Para aumentar a massa muscular
Quando a glicose não está no sangue, ela aloja-se em forma de glicogénio em três locais distintos: no fígado, em partes do corpo (em forma de gordura) ou nos músculos. Ao contrário do que acontece quando o objetivo é perder a massa gorda, só conseguimos ganhar massa muscular quando existe glicogénio nos músculos, que é o que permite que eles tenham força.
Se o objetivo for o aumento de massa muscular, o treino cardiovascular realizado em primeiro lugar pode diminuir a performance do treino de resistências, devido à diminuição do glicogénio necessário para os músculos funcionarem corretamente.
Mesmo após o treino de resistência, o trabalho cardiovascular deve ser moderado na sua duração — entre 10 a 15 minutos — para ter efeitos positivos na recuperação muscular.
Conclusão: faça o treino cardiovascular no final do treino, mas durante pouco tempo.

Para aumentar a performance cardiovascular
Se o objetivo do treino for a performance cardiovascular — na preparação para uma corrida ou outra competição deste género — devemos aplicar as nossas reservas de energia na parte do treino mais relevante para o caso: o treino cardiovascular.
Ou seja, neste caso devemos começar logo pelo treino cardiovascular. Mais uma vez, o motivo tem a ver com o glicogénio. Deve ser logo no início do treino, quando ainda temos glicogénio suficiente para trabalhar a performance desportiva e melhorar o rendimento específico.
Além destes exemplos, existem ainda treinos mistos, como os de HIIT (high intensity interval training), onde os resultados são tão expressivos nos ganhos de condição cardiovascular, como nos ganhos de massa muscular ou perda de massa gorda.

Superem-se! 

Catarina Gonçalves

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Corrida dos Namorados: esqueça os bombons e vá correr :)

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Um jantar romântico, um passeio a dois, flores, corações, bombons. Resume-se a isto – e a mais algumas surpresas – o dia dos namorados de milhões de casais espalhados pelo mundo. Se é bonito? Sim. Piroso? Muito provavelmente. Se é original? Não.
A proposta da Xistarca é muito mais criativa: em 2017, corra ao lado do seu namorado, marido, amigo especial, na Corrida dos Namorados, que tem data marcada para 18 de fevereiro.
Acontece no Parque Urbano do Jamor e há três formas de participar: ou na corrida de sete quilómetros, ou na corrida de duplas (cada elemento percorre 3,5 quilómetros) ou numa caminhada de 3,5 quilómetros.
As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas até 15 de fevereiro, através do site ou nas instalações da Xistarca, que ficam na Calçada da Tapada, 71A, na zona de Alcântara, em Lisboa.
Vamos a valores: até 7 de fevereiro, a corrida de 2 elementos tem o valor de 15€, a prova aberta de 7,5€ e a caminhada de 5€. Excedendo esta data, e até 15 de fevereiro, os valores aumentam para 20€, 10€ e 7,5€.
Vamos?
Superem-se e surpreendam!

Catarina Gonçalves

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Alta competição e estudo “é como ter um trabalho fora da escola"

Hoje decidi partilhar com vocês uma reportagem do Jornal Público, a qual, me revejo, pois eu também tive a minha "carreira" desportiva como ginasta enquanto estudava, sem ter tempo para nada. 


Mais de 50 alunos entraram num projecto-piloto para conjugar treinos, provas e aulas. Taxa de sucesso do primeiro período: 91,2%.

AMUEL SILVA (Texto) e NELSON GARRIDO (Fotografia) 

As terças-feiras de Francisca Ribeiro são uma correria. É o dia da semana em que as aulas terminam mais tarde, às 16h30. Uma hora depois começa o treino no ginásio do Boavista. O facto de a Escola Básica e Secundária Fontes Pereira de Melo, onde frequenta o 5º ano, ficar praticamente em frente às instalações do clube do Porto joga a seu favor. Mas não o suficiente para os hábitos da ginasta: “Eu gosto de ir mais cedo para alongar bem”. Nos dias em que não tem aulas, àquela hora já está à porta do local de treino.


Quando isso acontecer, Francisca Ribeiro espera estar em condições de representar Portugal nos Jogos Olímpicos. É para isso que treina agora, mas não foi o que a levou a praticar ginástica rítmica, aos 4 anos, antes uma decisão familiar: “em casa estava sempre a fazer cambalhotas e a minha mãe tinha medo que eu me magoasse e inscreveu-me na ginástica”. Desde então, já subiu a vários pódios em torneios um pouco por toda a Europa e chegou aos estágios da selecção nacional da modalidade, onde está classificada como “atleta de alto potencial”. As UAARE integram tanto estudantes que estão classificados com o estatuto de atletas de alta competição – que o ME estima que sejam cerca de 200 no ensino obrigatório – e aqueles que, como Francisca, têm o potencial para vir a beneficiar desse estatuto, em função do enquadramento definido por cada uma das federações e pela respetiva escola.

No último estágio da selecção, a ginasta de 10 anos teve que faltar três dias à escola. Os professores não estranharam. “Agora são informados atempadamente e encaram a situação de forma completamente diferente. Antes, muitos não percebiam porque é que os alunos estavam a faltar”, conta Pedro Seco, que coordena a UAARE da Fontes Pereira de Melo. Nesta escola, estiveram dez atletas envolvidos no projecto no 1º período – aos quais se juntou esta semana uma tenista que se mudou de um dos principais colégios privados da cidade para a escola neste 2ª período por ter percebido que ia ter mais apoio na escola pública por causa deste projecto.

“Os professores muitas vezes nem sabiam que nós praticávamos um desporto ao mais alto nível. Agora compreendem que isto é quase como um trabalho fora da escola”, confirma Diogo Santos, 17 anos, aluno do 12º ano e jogador de andebol. Apesar de ter ainda idade júnior, tem jogado na 1ª divisão da modalidade, ao serviço dos Águas Santas. Está na Fontes Pereira de Melo desde o 6º ano e percebeu as mudanças que a implementação do projecto da UAARE representou na sua relação com os professores.

Fazer circular a informação foi a primeira mudança das UAARE. Os docentes sabem agora quando os seus alunos têm compromissos desportivos como provas ou estágios e recebem mapas com a indicação das épocas em que há maior concentração de competições. Nessa fase, é-lhes pedido que não sobrecarreguem os estudantes e, em contrapartida, são indicados os períodos ideais para que lhes seja pedido um esforço suplementar na escola.

Neste primeiro ano, estão integrados no projecto 52 alunos, do 5º ao 12º ano, envolvendo 11 modalidades: da canoagem, à natação, passando pelo ténis ou kung fu. Os resultados têm sido “muito positivos”, avalia Victor Pardal, que coordena as UAARE a nível nacional. O indicador de sucesso destes estudantes (medido pelo número de disciplinas em que os alunos tiveram notas positivas) situou-se, no 1º período, nos 91,2%. Já as notas médias dos alunos que frequentam o ensino secundário estão nos 13,03 valores (escala de 0 a 20), ao passo que no 3º ciclo são de 3,82 (escala de 1 a 5). 

Além da escola do Porto, estão envolvidas no projecto-piloto outras três: a Secundária Amélia Rey Colaço, em Linda-a-Velha, a Secundária de Rio Maior e a Secundária de Montemor-o-Velho. Em cada uma, foi constituída uma equipa pedagógica, que envolve o director, o professor acompanhante, o psicólogo da escola e os professores das disciplinas e os professores de apoio.

Todos os estudantes das UAARE têm ainda à sua disposição a Sala de Apoio Aprender Mais, que tem um dimensão física e outra digital. Cada escola tem um horário reservado para que os alunos-atletas possam apoio personalizado requisitar a presença de um professor da disciplina que pretendem trabalhar, para tirar dúvidas, ou recuperar matéria, preparar para testes e exames. Na internet, têm também disponíveis materiais curriculares e de apoio numa plataforma informática (moodle) para que, quando estão em estágios, competições ou mesmo em casa, possam ir estando a par dos conteúdos que estão a ser lecionados aos seus colegas de turma. Os alunos têm igualmente professores a quem podem recorrer, por Skype e ou e-mail em caso de dúvidas.

“Estes alunos têm uma vida infernal”, sublinha Victor Pardal – “têm uma vida com dupla jornada de trabalho, cinco horas de aulas e cinco horas de treino, em média, por dia”. A ginasta Francisca Ribeiro treina seis dias por semana. De segunda a sexta, três horas consecutivas a partir das 17h30. Aos sábados treina durante todo o dia, num total de nove horas. Diogo Santos treina frequentemente duas vezes por dia: primeiro com a equipa sénior do Águas Santas, em seguida com os colegas da sua idade. Também costuma jogar em ambos os dias do fim-de-semana por ambos os escalões. “Não há muito tempo para estudar”, confessa.

Pardal foi o responsável pela pré-história desta ideia, que remonta a 2009, quando criou o Gabinete de Apoio ao Alto Rendimento na escola Secundária de Montemor-o-Velho. “Tínhamos vários alunos a frequentar a escola que eram atletas no centro de alto rendimento do concelho e para os quais não havia respostas pedagógicas”, recorda ao PÚBLICO o professor que hoje coordena as UAARE a nível nacional. Em seis anos, passaram pelo projecto de mais de 80 alunos e o Ministério da Educação, através da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, acabou por pegar na ideia e aplicá-la a nível nacional.


In Público.

Catarina Gonçalves

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Construção Muscular - Fisiologia do Treino

Olá a todos!!!

Hoje venho falar-vos um pouco da fisiologia do treino, mostrando o tempo que leva à construção muscular.

Foto de Help Saúde.

Por isso...Bora lá treinar!
Ser saudável faz bem! 


Superem-se! 

Catarina Gonçalves

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Há açúcar escondido (e em excesso) nos alimentos. Com imagens!

Fotógrafo quer mostrar o açúcar escondido nos alimentos da mesma 
forma que a indústria seduz o consumidor.





























Um iogurte Activia de morango e romã 0% da marca Danone tem quatro cubos de açúcar, ou seja 16 gramas, e um iogurte da Nestlé para bebés tem 9 gramas de açúcar.
Os números são revelados pelo projeto SinAzucar.org, que pretende revelar a verdadeira quantidade de açúcar presente nos alimentos que consumimos no dia a dia. Desta forma, torna-se mais fácil escolher comidas mais saudáveis e evitar problemas de saúde como a obesidade, as diabetes e as doenças cardíacas.
Antonio Rodríguez Estrada, criador do projeto, afirma no site que o objetivo é mostrar a realidade "usando a mesma linguagem visual que a indústria utiliza para vender os seus produtos". Isto significa publicar "fotografias limpas com iluminação cuidada, retoque atrativo e impacto visual".
Enquanto alguns números não são tão inesperados, como a grande quantidade de açúcar na Coca-Cola - 53 gramas de açúcar por meio litro da bebida - alguns valores podem surpreender. Um pacote de molho de tomate de 210 ml tem quatro cubos de açúcar, por exemplo, e uma lata da bebida energética Monster tem 15 cubos.
"A indústria alimentar apresenta seus produtos de forma brilhante para seduzir o consumidor", disse o fotógrafo espanhol ao El País. "Se quisermos lutar contra este marketing, devemos estar ao mesmo nível que eles e usar as suas próprias armas para criar imagens atraentes que comuniquem de forma eficaz".
Num vídeo publicado no Instagram, o Rodríguez mostrou como fotografa a comida e os efeitos que usa para as imagens ficarem mais apelativas.
A ideia não é novidade pois há pelo menos mais dois projetos com o mesmo objetivo - o Instagram Dealerdesucre e o site Sugar Stacks - mas, de qualquer forma, tem recebido um feedback positivo, principalmente nas redes sociais e por parte dos nutricionistas.
Obrigada por assistirem.
Superem-se! Catarina Gonçalves